quarta-feira, 7 de março de 2007

O Perfume

Esta estranha história passa-se no século XVIII e há todo um extraordinário trabalho de reconstitução histórica, não só da época e das mentalidades como do ofício de perfumista, que então era particularmente valorizado e que estava a cargo de artesãos especializados. Patrick Suskind conduz o leitor de página em página, de odor em odor, de perfume em perfume, enebriando-o, arrebatando-o nessa alquímica busca do Absoluto que é a do seu personagem: a busca do perfume ideal, isto é, a forma suprema da Beleza. Nessa busca nada deterá Jean-Baptiste Grenouille - que nascera no meio dos mais nauseabundos fedores, numa banca de peixe -, nem mesmo os crimes mas hediondos. Este personagem monstruoso possui no entanto algo de extremamente inquietante, a sua própria incorrupta pureza. É o primeiro romance publicado por Patrick Suskind, um alemão nascido na Baviera, que até aqui escrevera uma unica peça de teatro. Com O Perfume, Suskind, emergiu meteoricamente do anonimato. A crítica internacional dos mais diversos sectores tem-no destinguido como um dos mais importantes romances desta década, constituindo este livro um dos mais assombrosos casos de bestseller, dos ultimos tempos em todo o mundo.
Este livro é, na minha opinião, uma obra-prima. Desde o momento inicial da leitura, somos carregados ao longo das páginas pelo mais primitivo dos nossos sentidos, o cheiro. A história é tão envolvente e bela que nos esquecemos que é retratada a história de um assassino.
publicado no blog Obvious - http://blog.uncovering.org/

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